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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Redução do IPI pode ser prorrogada até fevereiro


Abolir o benefício no começo do ano que vem poderia afetar a economia do País numa época sazonalmente mais lenta, de acordo com fontes do setor





Por: Juliana Estigarríbia
São Paulo
A prorrogação da alíquota reduzida do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos fabricados no País — anunciada ontem pela presidente Dilma Rousseff, na abertura ao público do Salão do Automóvel, em São Paulo — pode ser estendida até fevereiro. Oficialmente, o benefício irá vigorar até o dia 31 de dezembro deste ano, mas sua retirada  numa época sazonalmente mais fraca poderia afetar a economia como um todo, segundo o sócio-diretor da RC Consultores, Fábio Silveira.
As montadoras já esperavam o anúncio do governo, uma vez que representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) tinham ido a Brasília negociar a manutenção da isenção, alegando que interromper traria consequências negativas para a economia do Brasil. 
“Começar o ano com a interrupção do benefício traria uma dose de frustração geral, o que levaria a uma queda significativa das vendas”, afirmou Silveira ao DCI. De acordo com o consultor,  já se esperava que a redução do IPI para automóveis se mantivesse por pelo menos até o fim do mês de fevereiro do ano que vem. “A surpresa seria se o governo não anunciasse a extensão”, ressalta.
Durante o evento, Dilma destacou que o Brasil precisa criar cadeias produtivas sustentáveis. “O novo regime automotivo é fruto desse novo momento”, afirmou. Segundo Dilma, o Brasil seguirá importando carros, mas não será sobretudo um importador. “O País não é só montador e deve gerar elos de uma cadeia sustentável. Não é possível que não possamos gerar conhecimento na indústria”, diz a presidente.
De acordo com Dilma, o novo regime automotivo incentivará o crescimento destas cadeias e significará para o País um aumento na capacidade de inovar no setor. “Precisamos nos integrar às economias emergentes, mas também necessitamos produzir. Temos, no Brasil, uma indústria automobilística razoavelmente avançada”, disse a presidente, destacando que o mercado interno é muito atraente.
A presidente lembrou ainda que o País, apesar de ser um grande produtor de commodities, precisa investir mais na indústria de transformação. “Temos de gerar esse tipo de oportunidades”, ressaltou Dilma.
Notícia aguardada
Executivos da indústria automobilística já esperavam a manutenção da redução da alíquota do IPI antes mesmo do anúncio. De acordo com o diretor de Relações Institucionais da aliança Renault Nissan no Brasil, Antonio Calcagnotto, era provável que o governo federal anunciasse a medida, uma vez que o setor automotivo representa uma fatia significativa do Produto Interno Bruto (PIB) do País. “Não podemos esquecer que a indústria automobilística responde por cerca de 23% do PIB brasileiro”, afirmou o executivo ao DCI.
No Salão do Automóvel, Dilma destacou que a distribuição de renda “fez a diferença” e criou um mercado de consumidores que têm uma demanda reprimida. “Somos um País com um mercado vigoroso”, disse.
Dilma ressaltou  que o Brasil deve ser um “país de classe média” e comparou essa fatia à de nações desenvolvidas. Ainda segundo a presidente, o Salão do Automóvel de São Paulo reflete o sucesso da indústria automotiva no Brasil e cria perspectivas “extraordinárias” para o setor, diante da ascensão dos milhões de brasileiros ao crédito.
O presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, afirmou ontem que a prorrogação da alíquota reduzida do IPI deve fazer com que as vendas de automóveis e comerciais leves atinjam, em 2012, o recorde de 3,8 milhões de unidades, alta de 5% ante 2011.
Segundo Belini, o setor deve manter, nos três últimos meses deste ano, o ritmo de vendas de 16,3 mil unidades diárias, volume 30% superior ao registrado no mês de maio, quando a medida foi anunciada e a comercialização girava em torno de 12 mil veículos por dia. 
De acordo com o presidente da Anfavea, a medida vai ajudar a economia, o PIB e aumentar o nível de emprego do setor. “É a ponte que nós precisávamos para o final do ano”, concluiu Belini. Até ontem, as vendas acumuladas no ano totalizaram 3,22 milhões de veículos, alta de 5% sobre o mesmo período do ano passado.

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