A contribuição da renda feminina na família subiu de aproximadamente 30% para mais de 40% de 2009 para 2011, conforme aponta a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) "Primeiras Análises sobre o Mercado de Trabalho Brasileiro", referente a 2011, divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). A pesquisa compara os dados do ano passado com sua edição anterior, a PNAD 2009.
O estudo diz também que o aumento da proporção de domicílios chefiados por mulher é crescente, e guarda estreita relação com o aumento da participação feminina no mercado de trabalho.
— Apesar de a mulher brasileira estar assumindo o papel de provedora, ela continua sendo a principal responsável pelo cuidado doméstico, mesmo na condição de ocupada.
A pesquisa observa que a mulher ainda cuida da casa, mas trabalha mais, e, além da queda na taxa de desemprego entre elas, a remuneração cresceu.
Em dez anos (2001-2011), o percentual de desocupação entre elas caiu de 13% para cerca de 10%, enquanto o rendimento médio real cresceu mais que o dos homens no mesmo período. Enquanto para as mulheres o avanço foi de 27,5%, para os homens o rendimento subiu 19,1% no período.
O estudo ressalta que o aumento da participação das mulheres no total de ocupados nesse mesmo período representa uma melhora significativa na inserção de mulheres no mercado de trabalho.
A crise
Sobre o desempenho da taxa de desemprego no Brasil, o estudo diz que o aumento e a queda do número de trabalhadores parados após a crise podem ser contextualizados internacionalmente.
— Enquanto o Brasil está entre os países que experimentaram os menores aumentos na taxa de desocupação entre 2008 e 2009, ele foi um dos países que mais conseguiram reduzir
essa taxa de 2009 a 2011. No contexto internacional, tanto os efeitos negativos da crise não foram tão significativos sobre o mercado de trabalho brasileiro, como o Brasil foi capaz de reverter e mais do que compensar esses efeitos até 2011.
No entanto, a crise refletiu na taxa de participação no mercado de trabalho de forma mais acentuada nas mulheres, ainda elas tenham aumentando a participação em relação à última década. Enquanto a participação delas caiu 2,1% de 2009 a 2011, a participação dos homens foi menos significativa — de 1,6%.
Mulheres na escola
Apesar das melhoras estatísticas no rendimento, participação no mercado de trabalho e ocupação das mulheres no Brasil, o percentual de mulheres jovens fora da sala de aula aumentou mais que o percentual de mulheres estudando.
Segundo o estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2009 a 2011, a quantidade de mulheres de 15 a 24 anos estudando aumentou 3,9%, ao passo que a soma de mulheres jovens longe dos livros avançou 8,3% no período, apesar da queda na taxa de fecundidade entre as mulheres de 15 a 19 anos registrada no período.
Fecundidade e renda
As mulheres brasileiras estão constituindo seu domicílio e vivendo com um companheiro antes de engravidar, aponta o Ipea.
Entre as adolescentes que tiveram filhos predominaram as cônjuges, ou seja, pode-se dizer que a fecundidade ocorreu predominantemente em uma união, seja como consequência desta ou podendo ser levado à união.
Assim, o Brasil segue um movimento crescente no qual a mãe chefia a família. Em relação a 2009, 9,7% mais mães adolescentes chefiavam as famílias em 2011, por exemplo.
fonte:R7
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