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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Empate no debate dos vices nos EUA favorece Obama, dizem analistas


Pesquisas sugerem equilíbrio no desempenho dos candidatos.
Democrata Biden e republicano Ryan se enfrentaram nesta quinta-feira (11).


  O debate desta quinta-feira (11) entre o vice-presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, e o candidato a vice na chapa do Partido Republicano, Paul Ryan, poderá não alterar a opinião de muitos eleitores, de acordo com analistas.
Mas democratas e republicanos têm muitos motivos para festejar seu desempenho, e uma porção de razões para acreditar que o outro lado está mais perdido do que nunca.
Se os dois homens chegaram a um empate, isso conta como uma vitória para Biden e seu chefe, o presidente Barack Obama, que precisa interromper a sangria depois de seu apagado desempenho no debate da semana passada com o candidato republicano, Mitt Romney.

O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e o desafiante republicano ao cargo Paul Ryan se cumprimentam no início do debate desta quinta-feira (11) em Danville, no Kentucky (Foto: AP)



  A performance agressiva de Biden certamente vai animar os partidários democratas preocupados por não estarem lutando com paixão suficiente. Também poderá ser uma prévia da abordagem que Obama adotará no segundo debate contra Romney, na terça-feira (16).
"Se você tivesse de apontar um vencedor agora, eu diria que houve um empate", disse o professor de comunicações e orientador de debates David Steinber, da Universidade de Miami. "Mas um empate é vantagem para quem está no cargo."
Novo no palco nacional, o congressista Ryan, do Estado do Wisconsin, teve um desempenho sólido que provavelmente não levará eleitores a questionarem a visão de Romney, que o colocou em sua chapa.
Ryan enfrentou o desafio de mostrar que tem conhecimento de política externa ao debater com Biden, um veterano em assuntos internacionais. Ryan passou amplamente no teste, disseram analistas. Seus ataques à política do governo de Obama na Líbia criaram brechas que Romney provavelmente vai explorar nos próximos dois debates.
"Ele deixou este debate com poucas dúvidas de que terá uma carreira política maior se Romney não vencer a eleição", afirmou o professor de ciência política Jamie Chandler, do Hunter College, em New York.
Debate
Paul Ryan criticou duramente a administração Barack Obama e Joe Biden que rebateu as críticas à altura durante o debate.
Ryan bateu no governo Obama nos quesitos política externa e economia, em um debate duro e que precisou algumas vezes da intervenção da mediadora. O vice chegou a dizer que a argumentação do adversário era "tolices", e, ao seu estilo, o interrompeu e riu das intervenções de Ryan várias vezes.
O debate era encarado como uma chance de os democratas "darem o troco" após o bom desempenho do cabeça-de-chapa Mitt Romney, considerado vencedor do duelo verbal de semana passada contra Obama, muito menos disputado que o desta quinta.
A medidadora do debate de 90 minutos foi a jornalista Martha Raddatz, da ABC News.


Atentado na Líbia

O experiente debatedor Biden iniciou o debate repetindo a promessa da administração Obama de investigar "até o fundo" o ataque contra o consulado dos EUA em Benghazi, na Líbia, que provocou a morte do embaixador Chris Stevens e outros três americanos e representou um duro golpe à diplomacia americana.
Biden admitiu que, no incidente, houve "erros" de segurança que não vão se repetir e que o governo foi mal informado pelas agências de inteligência.
Ryan, com pouca experiência em debates nacionais ao vivo, retrucou criticando a política externa do presidente democrata Barack Obama, afirmando que os EUA estão menos seguros.
"Queremos assegurar que não mostramos fragilidade no exterior", disse, criticando o fato de que o governo Obama teria demorado duas semanas para reconhecer que o ataque foi um ato terrorista.
Biden também acusou Romney de ter sido "pouco presidencial" ao dar uma entrevista pouco depois do ataque ter ocorrido, na virada de 11 para 12 de setembro passado.

Ryan argumenta durante o debate (Foto: AFP)

Irã
Ryan, repetindo argumentos do cabeça-de-chapa republicano Mitt Romney, disse que a política americana em relação ao Irã não tem "credibilidade" e disse que a capacidade nuclear iraniana aumentou desde que Obama assumiu.
"Quando Obama foi eleito, o Irã tinha material para uma bomba nuclear, agora tem para cindo", disse Ryan.
Indignado, Biden refutou a acusação e disse que a Casa Branca não vai permitir que o Irã produza sua arma nuclear, argumentando que Teerã ainda está longe disso.
O vice de Obama também afirmou que, se for necessário, os EUA poderiam lançar um "sério golpe" contra o regime iraniano.
O vice disse que, se o Irã tiver urânio em nível de enriquecimento suficiente para produzir uma bomba, a Casa Branca vai ficar sabendo.
Ryan lembrou que, no governo do republicano George W. Bush, a ONU aprovou três rodadas de sanções ao regime iraniano, contra apenas uma no mandato do democrata.
O Ocidente e Israel acusam Teerã de esconder o desenvolvimento da bomba atômica sob um suposto programa nuclear civil, o que o regime nega, afirmando que os objetivos são pacíficos.
Os republicanos são bastante mais inclinados que os democratas em relação a uma possível intervenção militar no Irã por conta do programa nuclear.
Obama vem insistindo na via diplomática, apesar de frisar que o tempo do Irã para a diplomacia "não é ilimitado".
Rumos da economia
Ryan também lançou ataques contra a política econômica de Obama, repetindo o refrão de Romney de que ela vai "na direção errada". Ele disse que os dados recentes "não parecem ser uma recuperação".
Ele prometeu que, em um eventual governo Romney, a economia cresceria a um ritmo anual de 4%, com criação de 12 milhões de empregos.
O democrata replicou acusando Romney de não ter compromisso com a indústria automobilística dos EUA, lembrando afirmação do republicano de que ela deveria ser "deixada à bancarrota".
Romney comparou o estado atual da economia americana com o que qualificou de panorama negativo herdado da administração do republicano George W. Bush.
"Claro que herdaram a situação econômica", mas vão na direção errada, atalhou Ryan.
O vice de Biden lamentou o fato de a criação de empregos nos EUA estar ficando mais lenta.
Bin, ironicamente, disse que Ryan não sabe ler estatísticas, em referência ao fato de a taxa de desemprego ter caído a 7,8%, a mais baixa da administração Obama, em setembro.

Biden argumenta durante o debate (Foto: AFP)

Política fiscal
Biden criticou a proposta de política fiscal da oposição, a quem acusou de tentar "fazer a classe média refém" para "cortar impostos dos mais ricos".
"Queremos estender os cortes de impostos para a classe média, mas eles querem fazer refém a classe média para cortar impostos dos ricos", disse.
Ryan, autor de um plano orçamentário que prevê fortes cortes no gasto estatal, negou e disse que a intenção do plano republicano é criar empregos e melhorar a economia.
Ele disse que a idea republicana de subir impostos para tentar equilibrar as contas públicas prejudica os pequenos e médios empresários.
Para o republicano, o déficit é provocado pelas políticas erradas de Obama. Ele citou os programas de seguro social, que, segundo ele, estão na bancarrota.
Ryan defendeu Romney no caso do vídeo em que ele chama "47% dos eleitores" de dependentes do governo, dizendo que tratou-se de um engano, dizendo que "algumas vezes as palavras não saem do jeito certo".
"Eu sempre digo o que eu quero dizer", retrucou Biden.
Afeganistão e Síria
Questionado sobre a presença militar americana no Afeganistão, Biden disse que a data de saída, 2014, é irreversível.
Biden disse que uma intervenção militar na Síria desencadearia uma "guerra regional" e voltou a insistir que o contestado presidente sírio Bashar al Assad precisa renunciar.
"A última coisa que os EUA precisam é outra guerra" no que chamou de região "mais perigosa do mundo", disse.
"Levamos mais de uma década nesta guerra", disse. "Vamos sair do Afeganistão em 2014, ponto."
Ryan disse que os republicanos concordam a princípio com essa data, mas acreditam que, até lá, a situação precisa ser novamente avaliada.
Aborto
Questionado sobre o aborto, Biden disse que aceita a posição de sua igreja, a católica, de que a vida começa na concepção, mas que não pretende impor essa visão aos outros.
Ryan afirmou que a política de Romney é contrária ao aborto, exceto em casos de estupro ou incesto.




FONTE: G1 - GLOBO

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